Eu não
gosto de você meu bom velhinho!
Você vem
com o cabelo em desalinho,
Choro,
sofro e até me sinto mal
Pois
vocês me meteram nessa dança,
Inventaram
os meus sonhos de criança,
Mas eu
sei que você não é real!
Você
finge esconder as amarguras
Desses
filhos sem pai, da desventura
É um jogo
cruel e desleal...
Pois o
sapato que eu tenho o fiz de lama,
Das
calçadas das ruas a minha cama
E da
incerteza da vida, um ideal!
Porque
insistes em viver essa mentira?
Pois, só
o bobinho, o inocente te admira
Nessa
história de descer na chaminé.
Porque
mentes para crianças desse jeito?
Pois pra
mim, é maior o teu defeito,
E
representas de fato o que não é!
És um
chato! O teu saco é o meu vazio...
Os irmãos
que eu tenho sentem frio
Porque
nunca ninguém os procurou
Talvez
seja: o seu futuro – a cova rasa!
Sem ter
chão, sem ter teto, sem ter casa;
Onde está
o que chamam de “amor”?
Sou mais
um dos milhões de deserdados
Sem ter
fé, sem presente e sem passado...
Meu
papai, o Noel não é real!
Pois
sequer tenho eu um endereço...
Será
mesmo que é isso o que eu mereço?
- nem
papai, nem Noel... E nem Natal!
Célio
Queiroz
Acadêmico
da cadeira 17 – Patrono: Milton Souto
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