sexta-feira, 24 de maio de 2019

Socorro Durán: de Água Preta à Água Branca. Um livro com muitas estações de saudade



Por Vilmar Carvalho – 
Acadêmico da APLE / Cadeira 18.

Ele prospecta fontes veiculadas à presença dos trens. Máquinas que abriram caminho e moldaram cidades, principalmente, ao modificar a paisagem sentimental dos homens e mulheres, seus pioneiros de janela veloz, assistindo, dela, a Mata Sul pernambucana desenhar-se canavial, engenhos, usinas, vilas e cidades nascidas depois da chegada da ferrovia.




1.
As estações da saudade chegaram. Encontrei o novo livro da professora Socorro Durán sobre a mesa da casa paterna. Uma casa de saudades postas pelas memórias de meu velho pai. Uma atmosfera que fez o livro de Água Preta à Água Branca (Editora Inovação, 2019) descortinar trilhos, dormentes, estações e o trem, ali nos meus olhos, o trem. A máquina a vapor que sempre nos avisa do passado (apita!) à curva próxima, nostálgica, propriamente esquecida, caso não se faça menção ao registro literário e histórico. O livro de Socorro é uma compilação de fontes jornalísticas, mas não somente. Ele prospecta fontes veiculadas à presença dos trens. Máquinas que abriram caminho e moldaram cidades, principalmente, ao modificar a paisagem sentimental dos homens e mulheres, seus pioneiros de janela veloz, assistindo, dela, a Mata Sul pernambucana desenhar-se canavial, engenhos, usinas, vilas e cidades nascidas depois da chegada da ferrovia.
2.
O historiador Durval Muniz, no consagrado “A Invenção do Nordeste”, o denomina um espaço de saudade. Um sempre recuo ao chão dos primeiros tempos. Espaços, lugares e sociabilidades que fazem daqui um território poético, um sentimento que se constrói considerando o que se perdeu, próspero ou decadente. O livro de Socorro Durán é, por isso, também uma viagem poética. Um roteiro entre as estações da nostalgia, que notícias de época enriquecem, saídas do mundo digitalizado de hoje, quando a pesquisadora pôde acessar de casa, no computador, a libertar mais ainda a mente e o coração para viajarem um percurso de entusiasmo, recuperando a si, de criança, menina-moça, mulher daqui, Igarapeba, Palmares, parte do mundo cortado de trilhos e trens.
3.
As estações das saudades de Socorro chegaram. Elas chegam nesse encalço poético. Elas preenchem a memória de muitas gerações, e possibilitam que jovens de agora e do futuro conheçam o impacto que foi a presença do trem. Uma estação que não é mais de passageiros e cargas. Outras coisas se fez delas no presente. Outras em ruína. Outras até desaparecidas e somente fixadas na memória do povo. Por isso, Socorro Durán terá sempre olhos de curiosidade abastecidos nas páginas desse livro. Lugar de registro e compilação de fontes de consulta, mapa sentimental, poética telúrica, nostalgia da memória dos jornais, pinceladas biográficas e topônimos. Um trem com muitos vagões, como tem que ser o trem. Algo que dilui o peso dos ferros, entre a velocidade do tempo e a fumaça que se desmancha em saudade, do sempre de Água Preta à estação Água Branca. Ou vice-versa.


TRINCA! Nº 71
Palmares, 21 de maio de 2019

sábado, 18 de maio de 2019

EMENDA 01/2019


ACADEMIA PALMARENSE DE LETRAS

EMENDA 01/2019
AO EDITAL - 01/2019 - DE ELEIÇÃO PARA PROVIMENTO DE CADEIRA VACANTE ASSINADO E PUBLICO EM 26 DE MARÇO DE 2019.

                O presidente Juarez Carlos da Silva, no uso de suas atribuições, em consonância com a comissão eleitoral para o referido citado no edital 01/2019, faz saber, o aumento do número de cadeiras vacantes sem delimitação de número máximo respeito do artigo 2º e parágrafo 1º do Estatuto da entidade.



Juarez Carlos da Silva
Presidente