domingo, 17 de abril de 2016

Recital de Abril


A chuva que anunciava a pré-chegada do inverno na tarde do sábado (16) do corrente mês, promoveu um clima de nostalgia no recital poético realizado pela Academia Palmarense de Letras - APLE - fazendo relembrar o antigo Clube Literário dos Palmares. Foi possível sentir a alma de seus percussores como Fenelon Barreto, Ascenso Ferreira, Valdemar Lopes, Hermilo Borba Filho...

Como eterno abrigo da cultura palmarense, a Biblioteca Fenelon Barreto novamente foi o cenário dessa chuva de versos, arte e exposição cultural. 
Em um recital integrando APLE, a sociedade palmarense e estudantes da Escola Municipal Dermeval Alves de Miranda forma declamados poemas de Ascenso Ferreira, Zé da Luz e poemas de autoria dos acadêmicos da APLE.





























Confiram mais fotos nos links:
https://www.facebook.com/academiapalmarense
https://www.facebook.com/biblioteca.fenelonbarreto
Fotos: João (Diretor da Biblioteca Fenelon Barreto)

domingo, 10 de abril de 2016

1ª JORNADA CULTURAL DA UBE em Palmares



A JORNADA CULTURAL é um evento do cronograma de atividades da UBE – União Brasileira de Escritores(PE), que consistem em visitar cidades do interior, conhecendo as potencialidades Literárias, Culturais e Turísticas sempre em parcerias com entidades de Cultura de cada cidade visitada.
Em Palmares, a primeira JORNADA CULTURAL da UBE será realizada em parceria com a APLE – Academia Palmarense de Letras, os dois grupos se reunião no Salão da Biblioteca Fenelon Barreto, onde será realizado um intercâmbio entre os componentes da UBE e da APLE, com recital, música e “mesa redonda” com troca de experiências literárias e culturais.


Data: 16/04/2016 (Sábado)
Hora: 14h
Local: Biblioteca Fenelon Barreto

*Contamos com a presença de todos os acadêmicos e convidados.


domingo, 3 de abril de 2016

Clipping do Blog do Professor Admmauro Gommes

XEXÉU DE SOCORRO DURÁN

Por Admmauro Gommes

Poetisa Maria do Socorro Barros y Durán 
Um poema não precisa ser longo para ser grande. Como diz Vital Corrêa, um verso bem construído vale mais que uma odisseia. Foi o que pensei ao ler “Xexéu” de Socorro Durán. Aliás, esta poetisa vem crescendo visivelmente, à luz da contemporânea estética literária. Diria que, como chuva serôdia, aquela que tardiamente vem para deslumbramento do agricultor, Durán apareceu há poucos anos como poetisa, embora poetisa fosse a vida inteira. É que reconheço nela, assim como vejo em Wilson Santos, um talento que desponta após longo tempo convivendo com a poesia sem que se reconhecesse a si mesmo como poeta.
De repente, destampam-se e eclodem autores deste quilate em percepções muito sensíveis, próprias apenas dos que convivem com o sentimento alinhado ao domínio da palavra. Como essas espécies de escritores são muito exigentes com a sua criação literária, retardam a divulgação do que produzem. Ainda bem que a fase da autocrítica severa se rende à necessidade de sobrevivência pública da poesia.
Confirma-se o exposto em Socorro Durán, quando a simbologia de uma ave denominada Xexéu adquire aspectos sublimares e conduz o poético ao estado de libertação: Um pássaro/ de asas largas/ olhos grandes/ arrebentou minhas amarras/ libertou-me/ e conduziu-me/ à terra dos bem-te-vis.Nesta construção, cada palavra tem múltiplo sentido, pois não há nada gratuito, que se apresente apenas em favor da rima ou da métrica. Assim, as linhas são repletas de plurissignificações. E o mais importante é que a economia literária não aponta com exatidão o endereço do destinatário. É nisso que ganha força a arte, não se fechando em única leitura. As ideias ficam à deriva das tantas possibilidades de interpretação.
“Libertou-me”, portanto, é uma confissão de muita valia, porque o eu-lírico se imaginava preso (minhas amarras), mas por intermédio do implícito voo do pássaro, encontrou a vereda libertária e escapou para um lugar de prazer indizível. Aos olhos da poetisa, alcançou-se “à terra dos bem-te-vis.” Com esta metáfora imensurável e indecifrável (daí a excelência de um poema grandioso), conquistou-se um espaço que ainda não se havia revelado dentro de si, mas que, sob surpresa percebeu-se a sua existência.
Esse é um lugar encantado, como Pasárgada, lembrando Manuel Bandeira. Para se chegar lá, permite-se ser conduzido por um guia inesperado. Pode ser uma Asa Branca, na concepção de Luiz Gonzaga, Sabiá, em Gonçalves Dias, na Canção do exílio, ou Xexéu, para Socorro Durán. Oswaldo Montenegro diria: “Voa Condor, que a gente voa atrás.” Com tanta poesia, em pouco tempo, nós pediremos socorro a Durán.
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Fonte: http://professordeliteratura.blogspot.com.br/2016/03/xexeu-de-socorro-duran.html?m=1

A Biografia de Ezequias Pessoa de Siqueira, por Sylvia Beltrão, na 22ª Reunião da APLE



Sob o clima ameno do outono palmarense, a tarde do dia 2 de abril de 2016 ficou marcada pelos encantos do proferimento referente à biografia do grandessíssimo poeta palmarense Ezequias Pessoa de Siqueira, conduzido pela escritora, poetisa – acadêmica da APLE-Academia Palmarense de Letras, Sylvia Beltrão na 22ª Reunião aberta da referida Academia, no salão –hiper’literário – da Biblioteca Fenelon Barreto.

Na apresentação de seu patrono, a acadêmica Sylvia Beltrão, falou sobre a pesquisa realizada para tecer e organizar as informações sobre poeta Ezequias Pessoa, “...Quando comecei a traçar a minha linha de pesquisa sobre vida e obra do meu patrono na Academia Palmarense de Letras, Ezequias Pessoa de Siqueira, percebi que estava diante de um dos maiores desafios da minha vida. A enchente de Palmares levou grande parte dos seus versos. Me senti enfraquecida. Lembrei que a literatura sempre me desafiou e para não deixar que o desânimo me vencesse, busquei o meu professor, minha luz literária: Admmauro Gommes. Eu sabia que ele me fortaleceria e lhe fiz um pedido: Preciso de sal! Um tempero! Por favor, se tiver um tempinho, me envie cinco linhas sobre: O que é literatura?”
Uma certeza eu tinha: A resposta dele faria com que eu lembrasse do compromisso literário que eu assumi ainda na Faculdade...

O maior poema de Ezequias Pessoa de Siqueira:
 
A enchente que levou os versos foi a mesma que fez com que eu mudasse a minha estratégia de pesquisa. Eu tinha que buscar “versos vivos”: A família de Ezequias Pessoa de Siqueira. Foi quando eu consegui localizar o “maior poema” que o meu patrono já escreveu: Evangelyne Pessoa, a filha dele! E comecei a “escutar” suas lágrimas por conversas telefônicas. As primeiras confissões chorosas e simultaneamente emocionantes me diziam: “Papai foi um jovem sonhador que lutou pelo certo, com esperança no amor”

E eu comecei a conhecer a história dele.Os pais: Edith Jorge de Siqueira e José Pessoa de Siqueira

A biografia:

 Nascido no dia 02 de agosto de 1932, no Engenho Lajedo, área rural de Palmares. Filho de tradicional família palmarense. Chegou à Palmares em maio de 1945, ainda menino, estudou contabilidade e posteriormente trabalhou no Banco do Povo. Foi funcionário da antiga Fundação SESP, na área de saúde pública. Concursado  pelo Ministério da Saúde, ocupou o cargo público de agente administrativo em hospitais e postos de saúde do Recife. Publicou alguns sonetos no antigo jornal “A Noticia”. Tem inúmeros poemas inéditos. Foi incluído no livro “Poetas de Palmares”, publicado em 1973.
Tem originalidade os seus poemas todos eles moldados à rigorosa metrificação, e ritmos perfeitos.

É um grande repentista nos versos humorísticos:

Na oratória, sobressai-se, forte e arrogante, saindo- lhe as palavras como dardos ou setas, visando o ponto ou a quem ele vai atingir, sobretudo nos tumultuosos comícios políticos em que tem tomado parte, nas árduas campanhas eleitorais realizadas em Palmares. Inteligente e penetrante como é, e dedicado às letras, fez ele por si mesmo a sua cultura.

É expansivo e brincalhão:

Dá-nos gosto a sua aprazível convivência. Por vezes nos bares ou em outras partes, improvisa horas de arte, com alguns poetas da terra que com ele se encontram momentos onde todos passam a declamar poemas, quadras e outros gêneros de poesia.   É também um boêmio elegante, de linha impecável, sem os excessos das manifestações de pouca educação dos que, pelo efeito de um singular copo de cerveja, se desandam em expansões espetaculares de palhaços.

(Aurino Vieira da  D. Silva.)


A VIDA

Começando por cópula carnal
E entrando neste mundo já chorando...
Porque vou me iludir com esse bando,
Onde o homem mais sério é um chacal.


Viver sempre ligado e de punhal
E usá-lo sempre, se preciso quando,
E quando ficar velho e sem comando,
Não lamentar e suportar o mal.


E no ocaso as juntas se endurecem,
Todo metabolismo diminui,
Enfim, todos os músculos se esmaecem;


Ponto final. Toda estrutura rui
Como as flores do campo que fenecem!...
Pois com a morte tudo se conclui.

*****

EXISTA AMOR

Se não pode existir o amor sublime,
Esse amor que entrelaça os universos;
Exista amor ao menos nos meus versos
Pra combater sem se cansar ao crime.


Que todo ser humano se anime
A combater, sem tréguas, aos perversos;
Procure ser na vida um homem terso
E pelo amor sagrado sempre prime;


Se eu soubesse viver como os canalhas,
Eu venceria a qualquer batalha
Melhor que Aníbal, César ou Cipião.


Mas nasci homem para lealdade,
Me tornando inimigo da maldade,
Da mentira e da falta da razão.

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