domingo, 3 de abril de 2016

A Biografia de Ezequias Pessoa de Siqueira, por Sylvia Beltrão, na 22ª Reunião da APLE



Sob o clima ameno do outono palmarense, a tarde do dia 2 de abril de 2016 ficou marcada pelos encantos do proferimento referente à biografia do grandessíssimo poeta palmarense Ezequias Pessoa de Siqueira, conduzido pela escritora, poetisa – acadêmica da APLE-Academia Palmarense de Letras, Sylvia Beltrão na 22ª Reunião aberta da referida Academia, no salão –hiper’literário – da Biblioteca Fenelon Barreto.

Na apresentação de seu patrono, a acadêmica Sylvia Beltrão, falou sobre a pesquisa realizada para tecer e organizar as informações sobre poeta Ezequias Pessoa, “...Quando comecei a traçar a minha linha de pesquisa sobre vida e obra do meu patrono na Academia Palmarense de Letras, Ezequias Pessoa de Siqueira, percebi que estava diante de um dos maiores desafios da minha vida. A enchente de Palmares levou grande parte dos seus versos. Me senti enfraquecida. Lembrei que a literatura sempre me desafiou e para não deixar que o desânimo me vencesse, busquei o meu professor, minha luz literária: Admmauro Gommes. Eu sabia que ele me fortaleceria e lhe fiz um pedido: Preciso de sal! Um tempero! Por favor, se tiver um tempinho, me envie cinco linhas sobre: O que é literatura?”
Uma certeza eu tinha: A resposta dele faria com que eu lembrasse do compromisso literário que eu assumi ainda na Faculdade...

O maior poema de Ezequias Pessoa de Siqueira:
 
A enchente que levou os versos foi a mesma que fez com que eu mudasse a minha estratégia de pesquisa. Eu tinha que buscar “versos vivos”: A família de Ezequias Pessoa de Siqueira. Foi quando eu consegui localizar o “maior poema” que o meu patrono já escreveu: Evangelyne Pessoa, a filha dele! E comecei a “escutar” suas lágrimas por conversas telefônicas. As primeiras confissões chorosas e simultaneamente emocionantes me diziam: “Papai foi um jovem sonhador que lutou pelo certo, com esperança no amor”

E eu comecei a conhecer a história dele.Os pais: Edith Jorge de Siqueira e José Pessoa de Siqueira

A biografia:

 Nascido no dia 02 de agosto de 1932, no Engenho Lajedo, área rural de Palmares. Filho de tradicional família palmarense. Chegou à Palmares em maio de 1945, ainda menino, estudou contabilidade e posteriormente trabalhou no Banco do Povo. Foi funcionário da antiga Fundação SESP, na área de saúde pública. Concursado  pelo Ministério da Saúde, ocupou o cargo público de agente administrativo em hospitais e postos de saúde do Recife. Publicou alguns sonetos no antigo jornal “A Noticia”. Tem inúmeros poemas inéditos. Foi incluído no livro “Poetas de Palmares”, publicado em 1973.
Tem originalidade os seus poemas todos eles moldados à rigorosa metrificação, e ritmos perfeitos.

É um grande repentista nos versos humorísticos:

Na oratória, sobressai-se, forte e arrogante, saindo- lhe as palavras como dardos ou setas, visando o ponto ou a quem ele vai atingir, sobretudo nos tumultuosos comícios políticos em que tem tomado parte, nas árduas campanhas eleitorais realizadas em Palmares. Inteligente e penetrante como é, e dedicado às letras, fez ele por si mesmo a sua cultura.

É expansivo e brincalhão:

Dá-nos gosto a sua aprazível convivência. Por vezes nos bares ou em outras partes, improvisa horas de arte, com alguns poetas da terra que com ele se encontram momentos onde todos passam a declamar poemas, quadras e outros gêneros de poesia.   É também um boêmio elegante, de linha impecável, sem os excessos das manifestações de pouca educação dos que, pelo efeito de um singular copo de cerveja, se desandam em expansões espetaculares de palhaços.

(Aurino Vieira da  D. Silva.)


A VIDA

Começando por cópula carnal
E entrando neste mundo já chorando...
Porque vou me iludir com esse bando,
Onde o homem mais sério é um chacal.


Viver sempre ligado e de punhal
E usá-lo sempre, se preciso quando,
E quando ficar velho e sem comando,
Não lamentar e suportar o mal.


E no ocaso as juntas se endurecem,
Todo metabolismo diminui,
Enfim, todos os músculos se esmaecem;


Ponto final. Toda estrutura rui
Como as flores do campo que fenecem!...
Pois com a morte tudo se conclui.

*****

EXISTA AMOR

Se não pode existir o amor sublime,
Esse amor que entrelaça os universos;
Exista amor ao menos nos meus versos
Pra combater sem se cansar ao crime.


Que todo ser humano se anime
A combater, sem tréguas, aos perversos;
Procure ser na vida um homem terso
E pelo amor sagrado sempre prime;


Se eu soubesse viver como os canalhas,
Eu venceria a qualquer batalha
Melhor que Aníbal, César ou Cipião.


Mas nasci homem para lealdade,
Me tornando inimigo da maldade,
Da mentira e da falta da razão.

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