sexta-feira, 2 de junho de 2017

POEMA

MORROS DA MINHA TERRA

(Ricardo Guerra)

Os morros da minha terra 
São como a pele de uma morena nua, 
Deitada virada pra lua,
Com todas as suas entrâncias e reentrâncias, 
Com sua beleza, suavidade e flagrância, 
Sua languidez, sensualidade e ternura, 
Que adocica a amargura.
 E que, de mãos estendidas nos convida, sem censura: 
- Vem... comigo deitar.

Os morros da mina terra 
São cobertos de cana de açúcar madura, 
Já boa de chupar.

Nos morros da minha terra, 
Os Cabanos em guerra ainda estão lá.

Os morros da minha terra são tão belos,
Como os seios e polpas das nádegas de uma morena, 
Nos quais se fixam as pálpebras, sem se cansar.

Os morros da minha terra
Têm coisas que me atraem.
E não me deixam sair de lá.


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