Encabeçando
a cerimônia com orgulho, emoção e um profundo senso de missão cumprida, esteve
seu filho, o também poeta José Terra. Foi ele quem conduziu a audiência por uma
jornada afetiva através da vida e da vasta contribuição cultural de seu pai,
transformando o evento em um verdadeiro encontro de gerações, unidas pelo fio
dourado da palavra poética.
Momento intimista em que o Poeta José Terra fala sobre seu pai e convida os amigos para falarem de suas relações com o poeta Juareiz Correya
A
plateia era um reflexo do legado de Juareiz: estavam presentes parentes como a Gabi e o Messias(ambos sobrinha e sobrinho, respectivamente do poeta), amigos pessoais,
que compartilharam histórias e anedotas carregadas de saudade; os membros da
Academia Palmarense de Letras - APLE, reconhecendo-o como um pilar fundamental
da literatura local, fizeram cada qual uma leitura do livro “Americanto,
amar América & Outros Poemas”, livro símbolo da poética de resistência,
do amor à vida do homenageado da noite; os jovens estudantes do Ginásio
Municipal, a mesma escola que moldou os primeiros anos do homenageado, em um
símbolo potente de continuidade; e os acadêmicos da Faculdade de Formação de
Professores da Mata Sul (FAMASUL), estudantes do Curso de Licenciatura Plena em
Letras – 1º e 2º períodos, representando o futuro e a importância acadêmica de
sua obra. Junto a eles, admiradores e amantes da poesia completavam o cenário,
provando que a arte de Juareiz Correya permanece viva e pulsante.
A importância de Juareiz Correya para Palmares e para toda a Mata Sul é imensurável. Ele foi muito mais que um poeta; foi um catalisador cultural, um visionário que entendia o poder da arte como alicerce identitário. Sua contribuição mais tangível e duradoura foi a fundação da “Fundação Casa de Cultura Hermílo Borba Filho”, um espaço que se tornou o epicentro da produção e difusão artística na região. Esta casa não é feita apenas de tijolos, mas de sonhos, versos, telas e cantorias, um verdadeiro santuário que abriga e fortalece a cultura popular e erudita do Sul pernambucano, perpetuando um legado que começou com a coragem de Juareiz Correya e de seu idealismo.
Através de sua poesia, ele capturou a essência da terra, os cheiros, as cores, as lutas e as alegrias do povo da Mata Sul. Sua obra é um documento sensível e poderoso que traduz em versos a alma palmarense, do home e da mulher na perspectiva de suas sensualidades, garantindo que suas histórias não se percam no tempo.
O Poeta Tony Antunes ladeado por Guarany (à esquerda) e José Terra (à direita), ambos filhos de Juareiz Correya com livro "Americanto, amar América"
O
tributo no Teatro Apolo foi, portanto, muito mais que uma simples homenagem.
Foi um reencontro com a própria história dos Palmares, um reconhecimento
coletivo de que a semente plantada por Juareiz Correya floresceu frondosa. Foi
a confirmação de que sua voz, longe de calar-se, continua a inspirar, educar e
emocionar, ecoando desde a Fundação da Casa de Cultura que idealizou até os
corações de todos que tiveram o privilégio de ler de ouvir seus versos. Uma
noite para lembrar que um poeta nunca morre enquanto sua palavra for lida,
recitada e amada.
O Presidente da APLE, dizendo um dos poemas do homenageado
Na
ocasião, o Presidente a APLE, Vilmar Carvalho entregou ao filho do homenageado,
em saudosa memória, um troféu com o nome “Juareiz Correya”, pela passagem deste
que marca a futura trajetória da memória, em Tributo, a esse que permanecerá
vivo na memória cultural da Terra dos Poetas – Palmares, Pernambuco!
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